O centro de ação da Sol Nascente é o ser humano. Na educação, buscamos levar o ser humano a um desenvolvimento pleno – este é nosso propósito e missão. Neste post, discutimos sobre um modelo de escola que comunga conosco desta missão e que tem na felicidade um ponto de referência central.

O conhecido professor português José Pacheco, que criou a Escola da Ponte, em Portugal, fala assim sobre a felicidade:

“O Guardian publicou um estudo da London School of Economics, no qual se defende que o principal objetivo das escolas deverá ser o de ajudar a criar pessoas bondosas e felizes. O estudo recomenda que se intensifique a Educação moral dos jovens, mostrando-lhes que a felicidade não se alcança quando se concebe o mundo como objeto de satisfação pessoal, mas quando existe preocupação pelo bem-estar do próximo. Um recente inquérito, realizado junto de pais de alunos de Belo Horizonte, confirma a conclusão do estudo. Inquiridos sobre aquilo que mais desejavam que a escola desse aos seus filhos, os pais responderam: mais do que aprender conteúdos… queremos que os nossos filhos sejam felizes na escola. A resposta majoritária só surpreenderá quem não conheça, por dentro, as escolas que ainda temos. Nelas reina a obsessão por uma competitividade que deteriora a relação e produz solidão, que é o mesmo que dizer: infelicidade”.

José Pacheco não fica na retórica mas entrou firme na ação, subsidiada por suas convicções” e criou uma escola sem muros, portas e salas de aula. Veja alguns aspectos da Escola da Ponte nas palavras de Jose Pacheco: “O viver em uma escola é um sentimento de cumplicidade, de amor fraterno. Todos que nos visitam dizem que ficam impressionados com o olhar das pessoas que ali estão, com o afeto e a palavra terna que trocam entre si. Não sei se estou falando de educação ou da minha escola, mas é isso o que acontece lá”.

Sem salas de aula

“Não há salas de aula, e sim lugares onde cada aluno procura pessoas, ferramentas e soluções, testa seus conhecimentos e convive com os outros. São os espaços educativos. Hoje, eles estão designados por área. Na humanística, por exemplo, estuda-se História e Geografia; no pavilhão das ciências fica o material sobre Matemática; e o central abriga a Educação Artística e a Tecnológica”.

Em entrevista com José Pacheco observamos imagens belíssimas sobre o projeto arquitetônico da escola: “Esse projeto inclui uma área que chamo de centro da descoberta, onde compartilharemos o que sabemos. Há também pequenos nichos hexagonais, destinados aos pequenos grupos e às tarefas individuais. Estão previstas ainda amplas avenidas e alguns cursos d’água, onde se possa mergulhar os pés para conversar, além de um lugar para cochilar. As novas tecnologias da informação devem estar espalhadas por todos os lados para ser democraticamente utilizadas pela comunidade, o que já conseguimos.”

O MODELO DA ESCOLA DA PONTE NO BRASIL

O modelo da Escola da Ponte aportou no Brasil e estimulou a criação de uma Comunidade de Aprendizagem nele baseada, localizada em Paranoá, Brasília. Para quem quiser conhecer um pouco do que a Comunidade vem fazendo por lá, veja a página do facebook indicada ao final.

Vale citar uma atividade muito interessante que a Comunidade de Paranoá desenvolveu para se ter ideia de sua singularidade e como está colada ao modelo da Escola da Ponte.

Fizeram a leitura de Triz (Leo Lionni) que fala sobre os sentimentos e de como eles podem nos afetar. A partir deste ponto, as crianças trabalharam um sentimento – a alegria – que foi transformado em uma imagem. Reconhecer os próprios sentimentos é entender o que é a tristeza ou outros sentimentos ruins e como nos afetam, e aprender também como a alegria, a esperança e outros bons sentimentos nos animam.